O Parque Guell em Barcelona
Para o francês Eugène Viollet-Le-Duc, os princípios sobre autenticidade, excluíam claramente a tradição arquitetônica do racionalismo clássico francês. Esse teórico da arquitetura aconselhava um retorno à construção regional ao invés de um estilo internacional “abstrato”. Propondo não apenas modelos, mas também métodos para libertar a arquitetura das irrelevâncias ecléticas do historicismo, Viollet-Le-Duc servil de inspiração para a vanguarda do ultimo quarto do século XIX.
Figura 1 – Antoni Gaudí
O catalão Antoni Gaudí foi um dos arquitetos mais influenciados pela tese e pelo nacionalismo cultural implícito do Viollet-Le-Duc. Sua obra da a impressão de se originar de duas vertentes: o desejo de reviver a arquitetura indígena e a compulsão a criar formas totalmente novas de expressão. Gaudí consegue demonstrar, com inesgotáveis invenções construtivas e decorativas, que a linguagem arquitetônica moderna não precisava manter a “criação” artística refém do útil. A intensidade plástica e cromática das formas de Gaudí são frutos do fato de serem imaginadas para aquele lugar, aquela iluminação e aquelas pessoas.
Dentre as obras desse arquiteto catalão esta o Parque Guell em Barcelona. Essa é a primeira obra de Gaudí a evocar diretamente a forma obsessiva de sua vida: o Montserrat.
Figura 2 – Entrada do Parque Guell
O Parque Guell devia integrar-se ao plano urbanístico de uma cidade-jardim, às portas da cidade de Barcelona. Para isso, a proposta de Gaudí é unir formas artísticas e naturais e cria formas infinitamente variadas.
Como a Técnica estava a serviço da imaginação sem limites de Gaudí, os problemas técnicos que se apresentavam eram mais difíceis do que os inerentes a uma técnica a serviço da razão. A intenção de Gaudí era mostrar que a técnica possuía uma importância relativa
Figura 3 – Park Güell – Pabellones
Gaudí une a obra do construtor, a do escultor e a do pintor e faz convergir para obra varias particularidades do artesanato: o mosaico, a cerâmica, o Ferro batido. Assim Gaudí trabalhava como nas antigas oficinas medievais onde ele não só projetava, mas conduzia cada parte da produção. A arquitetura como arte negava qualquer vinculo com a arquitetura moderna industrial. Com isso, outros pontos do Parque Guell que chama muito a atenção, são os pavilhões com mirantes, os parapeitos serpenteados, os passeios cobertos com um trabalho de pedra bruta, colunas dóricas. Para atingir a originalidade característica do arquiteto catalão, ele emprega fragmentos de telha e velhos copos e pratos para formar o seu parapeito. Mais tarde os mesmos materiais seriam utilizados nos pináculos de outra grande obra, a Sagrada Família.
Figura 4 – Park Güell – Sala Hipóstila
Figura 5 – Park Güell – Banco
Figura 6 – Park Güell – Viaducto
Referencias Bibliográficas:
- Pioneiros do Desenho Moderno – de William Morris a Walter Gropius. São Paulo, Martins Fontes, 1980, p.85-100;
- Origem da arquitetura moderna e do design – Pevsner, Nikolaus. São Paulo, Martins fontes, 1981;
- História critica da arquitetura moderna – Kenneth Frampton – são Paulo, Martins fontes, 1997, p.67-80;
- Arte moderna – Argan, Giulio Carlo – São Paulo, Companhia das Letras, 1992, p220-225.