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FRANK LLOYD WRIGHT E AS PRAIRIE HOUSES

24/07/2009

Este trabalho consiste em expor algumas, das várias obras, de um dos arquitetos mais importantes do século XX, FRANK LLOYD WRIGHT.

Wright nasceu em 8 de junho de 1867 e faleceu aos 91 anos em 9 de abril de 1959.No início de sua carreira, em 1887, trabalhou para o estúdio de Alder & Sullivan até 1893, quando abre seu estúdio pessoal em Chicago. Inicia assim a carreira mais extraordinária que teve um arquiteto de nosso tempo, no qual construiu mais de 300 edifícios e influenciou duradouramente ao menos três gerações de arquitetos.

A primeira parte (1900 a 1917) da atividade de Wright, compreende numerosas casas residenciais para famílias únicas, as chamadas PRAIRIE HOUSES e poucos edifícios de outros gêneros.

As PRAIRIE HOUSES eram constituídas de longas linhas horizontais baixas que se desenvolviam paralelamente ao lado plano do terreno. Os vastos telhados se esparramavam em direção ao entorno e amarravam as varandas, o porte-cochère e os principais volumes em uma unidade assimétrica e dinâmica. As janelas eram reduzidas a meros filtros de luz- havia poucas paredes sólidas- e os espaços internos estavam interligados. Muitos dos móveis eram embutidos, e o caráter dos interiores era de conforto, sem abrir mão da elegância. No coração da casa estava a área da lareira e todos os diversos espaços da casa eram distribuídos a partir desse elemento centrípeto. Havia também um controle axial e hierarquia, mas as rotações e assimetrias eram articuladas com tais eixos em uma arquitetura de planos superpostos e deslizantes animados por intensos ritmos.

A Casa Ward Willits, de 1902, construída em Highland Park, um subúrbio de Chicago, foi uma das primeiras da fase madura da obra de Wright. Nela ele tentou as várias peças do tipo “Casa dos Prados” e vinte anos depois, ele fez uma análise dessa época e tentou colocar em palavras os princípios orientadores de seus projetos domésticos:

Primeiro.

Reduzir ao máximo o número de partes necessárias da casa e de recintos separados, e fazer com que todos se juntem como um espaço fechado divido, de modo que a luz, o ar e a vista estejam em todos os lugares, dando uma sensação de unidade.

Segundo.

Associar a edificação como um todo ao seu sítio através da extensão e ênfase de todos os planos paralelos ao solo, mas mantendo os pisos afastados da maior parte do sítio, deixando, como conseqüência, a melhor parte para ser usada em conexão com a vida da casa. Planos nivelados e ampliados eram considerados úteis, nesse contexto.

Terceiro.

Eliminar cômodos e casas do tipo caixote ao fazer com que todas as paredes se tornem anteparos- tetos, pisos e divisórias devem fluir entre si como uma grande pele espacial, apenas com subdivisões internas. Faça todas as proporções da casa mais deliberadamente humanas, com menos espaços residuais na estrutura e estruturas mais adequadas aos materiais, tornando o interior mais habitável. Liberal é a palavra certa. Linhas retas estendidas ou aerodinâmicas eram úteis para isso.

Quarto.

Elevar o insalubre pavimento de subsolo em relação ao nível do solo, tirando-o totalmente para fora, como um baixo pedestal para a posição viva da casa, tornando as próprias fundações visíveis, como uma baixa plataforma de alvenaria na qual a edificação deveria se apoiar.

Quinto.

Harmonizar todas as aberturas necessárias para o “exterior” ou “interior” com as boas proporções humanas, e faz-las ocorrer naturalmente- sejam isoladas ou como uma série no esquema geral da edificação. Em geral elas aparecem como “anteparos contra a luz”, e não como paredes, pois toda s “Arquitetura” da casa era basicamente o modo no qual tais aberturas apareciam em tais paredes quando agrupadas em torno dos cômodos, como divisórias. Assim, o cômodo era a expressão arquitetônica essencial, e não deveria haver furos nas paredes, como furos em uma caixa, pois isso não seria adequado à “plástica” ideal. Fazer furos seria violência.

Sexto.

Eliminar a combinação de diferentes materiais, preferindo sempre que possível, um único material; não usar ornamentos que não tenham surgido da natureza do material, para fazer toda a edificação mais clara e mais expressiva como um local para se viver e dar à concepção da edificação a ênfase reveladora adequada. Linhas geométricas ou retas eram naturais às máquinas empregadas na construção civil, assim os interiores recebiam esse caráter com facilidade.

Sétimo.

Incorporar todos os sistemas de aquecimento, insolação e tubulação de água e esgoto, de modo que se tornassem elementos constitutivos da própria edificação. Essas instalações se tornaram arquitetônicas e, com esse esforço, o ideal de uma arquitetura orgânica estava em ação.

Oitavo.

Incorporar como arquitetura orgânica- sempre que possível- o mobiliário, fazendo desse uma unidade com a edificação, e projetando-o em termos simples, para a produção com o uso de máquinas. Novamente, todas as linhas deveriam ser retas e as formas, retangulares.

Nono.

Eliminar o decorador. Ele só sabia fazer curvas e eflorescências, ou então era completamente ‘histórico’.”

Essa análise não significa um sistema rígido e pré- estabelecido, ao contrário, permitia uma base firme a partir da qual experimentar. A flexibilidade foi demonstrada nos diferentes tamanhos de residência. Muitas de suas primeiras casas eram modestas, mas com a sua reputação em alta passou a projetar também para milionários.

Vejamos e analisemos as PRAIRE HOUSES.

Bradley Residence (1900), Kankakee, Illinois

Warren Hickox House (1900), Kankakee, Illinois

Ward w. Willits House (1901), Highland Park, Illinois

Frank Wright Thomas House, “The Harem” (1901), Oak Park, Illinois

Susan Lawrence Dana “Dana- Thomas” House (1902)

William Martin House (1902), Oak Park, Illinois

Arthur Heurtley Residence (1902), Oak Park, Illinois

Edward Cheney House (1903), Oak Park, Illinois

Mrs. Thomas H. Gale House (1904), Oak Park, Illinois

Darwin D. Martin House (1904), Buffalo, New York

Mary Adams House (1905), Kenilworth, Illinois

Thomas P. Hardy House (1905), Racine, Wisconsin

K. C. DeRhodes House (1906), South Bend, Indiana

Edward R. Hills House (1906), Oak Park, Illinois

Frederick C. Robie House (1906), Chicago, Illinois

Avery Coonley House (1907), Riverside, Illinois

Porter House, “Tan-y-deri” (107), Spring Green, Wisconsin

G. C. Stockman House (1908), Mason City, Iowa

Isabel Roberts House (19080, River Forest, Illinois

Frank J. Baker House (1909), Wilmette, Illinois

Oscar Steffens House (1909), Peoria, Illinois

Rev. J. R. Zeigler House (1909), Frankfort, Kentucky

J. H. Amberg House (1909), Grand Rapids, Michigan

J. K. Ingalls House (1909), river Forest, Illinois

Ingwald Moe House (1909-1910), Gary, Indiana

O. B. Balch House (1911), Oak Park, Illinois

Francis W. Little House II (1912), Deephaven, Minnesota

Harry Adams Residence (1913), Oak Park, Illinois

Henry Allen “Allen-Lambe” House (1917), Wichita, Kansas